Sublima à falta
Criando exponho
Não é um ato tão solidário
Nem tampouco a mais pura satisfação
É, de fato, delinear
O quê?
O intangível que sempre se fez presente
Mas não me organiza
Nem confere um substituto
Não sinto assim
Mas sou criador?
O que há de arte em concatenar palavras?
Muitas vezes desconexas
Empobrecidas
Catarse?
Não, definitivamente nada tem a ver com descarga
Não de afeto
A angústia é material de elaboração
Não energia que se esvai
É preciso tê-la
Usá-la
matéria prima, insumo
Só assim eu sumo
Da agonia que ao mesmo tempo que assusta traz potência
De vida ou de morte?
Já não sei
Porque sempre colocar polos opostos?
Na vida prevalece o entrelace