Eu sou forte
Eu já sabia que era forte. Não é falsa modéstia. Porque eu sempre precisei ser forte. Tudo sempre foi difícil e complicado para mim. Aí não há como ser diferente. Sei que quem me ver pode achar que é sou dura demais. No entanto, é só a couraça que preciso usar para não desmoronar na frente de ninguém.
Eu já sabia que sou forte, mas esse ano foi uma grata confirmação disso. Eu precisei ser mais forte do que já havia sido em toda a minha vida.
Eu já conhecia o tamanho da minha força, mas esse ano descobri que ela é gigante. Tive que crescer em questão de meses. Amadureci mais um tanto. Fui o meu ombro amigo e apoio quando me sentia mais solitária que nunca. Fui o meu maior fã. Precisei aprender a ser sábia em muitas situações que me tiraram do chão. Aprendi que ser forte significa largar algumas coisas e desistir de outras, mesmo se desejando tanto, mesmo com todo o afeto envolvido, pois nada vale o roubo de nossa paz.
Fui forte para reconhecer que tudo bem não ser forte o tempo todo. Para entender que não é fraqueza se recolher por um tempo, se permitir sentir tudo intensamente, sem achar que é frescura ter seus dias de tristeza e vazio, se permitir ficar no canto, até a chorar sem um motivo aparente, ignorar os problemas e voltar com toda garra para resolver.
Forte para reconhecer que não posso controlar tudo o que sinto ou como os outros me magoam. Apenas posso escolher como reagir a isso.
Forte para reconhecer os meus defeitos e fraquezas, acreditar nas minhas qualidades e buscar corrigir aquilo que precisa ser corrigido. A acreditar que sou o suficiente. Que sou interessante. Que mereço ser amada.
Forte para me desafiar a novos sonhos, novos planos, novos hobbies, novas versões de mim.
Forte para continuar remando no meu frágil barquinho, em busca de viver a loucura que é a vida.
Forte para ser eu, como toda a delícia e tropeços que ser eu traz.
Eu já sabia que sou forte, mas esse ano eu me superei e demonstrei isso em cada momento.