LÁPIS DE COR QUE ESCREVEM A VIDA

Ávido, todo dia eu escrevo a vida que colho;

E quanto as cores, a cada canto, essas também as escolho...

Por um encanto, as flores surgem em desacordo com a métrica que se desenhou;

Em meio ao que se colhe com as colheres das sementes que tão somente, nem sequer se pensou.

Certa é a cerca colorida, desenhada com lápis de cor;

Que se cerca o cercado, do certo e do errado;

E quem ousaria afirmar que todo e qualquer traçado;

Um dia possa ter alguém rascunhado, as estrofes de um poema mal acabado.

Que poeta é esse que inventou a vida?

Será que depois dessa ainda há dívida a ser paga em outra lida?

Para se reescrever as linhas de um desenho num papel amassado?

Quantos lápis precisarei para ser preciso?

Para se cumprir a risca o que fora planejado...?

A vida não é aleatória por acaso?

Na lápide, todos um dia poderão ler, muito embora, mal sabendo um verso escrever:

Santo é aquele que nunca desistiu, mesmo tendo tantos pecados.

PEDRO FERREIRA SANTOS (PETRUS)