Listen!

Desde minha infância, gostei de ouvir a história dos outros; coisa de criança, aquela coisa boa de imaginar como era tudo.

Quando soava no rádio a música " O Portão", do velho Roberto Blue era festa: como seria o cachorro, e quem o esperava de braços abertos "como antigamente".

Ouvidos são ansiolíticos puros para quem fala e para quem ouve; os amigos de Jó, segundo suas leis daquele tempo ficaram junto dele sem esboçar qualquer palavra durante sete dias.

Depois os diálogos começaram.

Cuidado não é só roupa, comida e solução; muito menos dizer o que temos que fazer: são ouvidos. Curados da dor que tenciona, raciocinamos melhor.

Deus é perfeito e onisciente: imagina se concedesse tudo o que queremos, quando estamos desolados: chuva nossa de destruição: autossabotagem em massa.

Por isso algumas pessoas que nos amam tanto julgam-nos frias: elas são todo cuidado, mas não são "todas ouvidos".

Eis o cerne da coisa, até os condenados têm o direito de se expressar. A palavra processo, para quem é livre, é um direito muitas vezes negado.

Proporcione liberdade. Seja todo "ouvidos".

Poeta de Borralho
Enviado por Poeta de Borralho em 12/12/2020
Reeditado em 12/12/2020
Código do texto: T7133768
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