Meu amigo Bem - te - vi
Todas as manhãs ele vinha me acordar
Pousava na cerca atrás de casa, abria seu peito amarelo e cantava avisando que chegou
Meu dia ficava mais feliz, ele trazia o Sol
Mais tarde vinha comer, procurava migalhas, frutas ou a ração
Passava o dia no muro, na cerca ou no varal
Algumas vezes até arriscava um vôo mais próximo, quase entrando no quarto
Era um dos maiores que já vi, imponente, lindo, amigo
Mas numa manhã de primavera, ele não apareceu
Eu passava o café e nada dele cantar
Onde foi o meu amigo?
Minhas manhãs ficaram mais cinzas, um silêncio ensurdecedor
O Sol chegou mas meu amigo não voltou
Deve ter ido para Aruanda
Cantar para os Orixás
Deve estar ao lado de Pai Oxalá!