Por que não lembramos?
Por que dói. Dói na alma a saudade de tempos idos que vivemos. Nas batidas de nosso coração, um pulsar que sente... sente as épocas, a areia fina do deserto que batia contra a pele, nas noites aquecidas pela fogueira, tendo o céu como teto, e o chá acolhedor entre as conversas e o silêncio.
Dói na alma, as sensações, sejam, alegres ou tristes, mas elas trazem recordações. Não de apego, não de pessoas, não de personalidade, mas de Vida. De lembranças como pequenos episódios, como o espaço entre o despertar e o dormir.
Essas sensações são tão presentes, tão reais, que emocionam...
A música das flautas, o som ritmado do derbak, e a saudade...
São tempos que passaram... será? O que fica justamente são as emoções, essa sensação tão vívida que parece existir no agora. E se o tempo é somente uma convenção, o entrelaçamento do que se foi, perdura em cada vibração de nosso ser, ressoando com a melodia que toca eternamente.
Somos nós uma composição sempre em criação, sempre em movimento, sempre em execução. E como todo som, ele precisa do mais absoluto silencio para ser ouvido.
E essa saudade se apresenta, um pouco entre melancolia e sorrisos. Um querer estar “lá” novamente, nesse lugar que se apresenta tão real e tão sutil, em algum pequeno lugar da nossa mente, em um grande espaço do nosso coração, em todo preenchimento da nossa Alma.