RAZÃO E FÉ
Percebendo a aparência verdadeira de nossa existência e a realidade das escolhas que devemos fazer para alcançarmos a liberdade, um caminho sujeito à alternativa do discernimento e da ação, somos acometidos pela ansiedade.
Entretanto, se não exercermos o nosso arbítrio invalidamos a liberdade e nos aprisionamos na confusão existencial. É preciso nos envolver pessoalmente em nossa vida seguindo em frente ativamente com desejos e intenções para definir o eu próprio de nossa pessoa limitando a subjetividade e transformando a vida em responsabilidades pragmáticas, assim, criando e mantendo a autenticidade de ser para moldar um destino significativo, evitando delegar a Deus a solução de todos os nossos problemas, porque a nossa meta não é encontrar quem somos, mas nos criar no que já somos, achando algum fundamento no sofrimento.
Nenhuma teoria nos trará uma solução significativa dos mistérios para preencher o vazio de respostas e a ausência de sentido sabido para explicar a existência e o absurdo proverbial da morte, pois, os argumentos sobre a verdade têm uma natureza equilibrada e congênere que a humanidade nunca resolverá.
O nosso materialismo nos impõe crer no que vivenciamos e relacionamos diretamente em termos de nossa experiência consciente fundamentada na relação de atos conscientes com objetos significativos.
Contudo, não devemos nos frustrar ao ponto de delegar nossa convicção à natureza aparente e ilusória manifestada na experiência de nossos sentidos e à consciência imediata de nossa reação, porque os argumentos a favor e contra o que é a verdade convivem igualmente equilibrados em nossa humanidade virtualmente incapaz de descobrir soluções para tal mistério. Pois, soubéssemos o todo de tudo não haveria fundamento para nascermos humanos com curiosidade e criatividade.
Somos criaturas criadas e carentes de Deus, cuja existência não limita a nossa liberdade, dado que Ele nos proporcionou inteligência e arbítrio, apesar de condicionalmente consequenciais, passíveis de realização submetida ao nosso desígnio pessoal com uma consciência fora dos limites da observação objetiva cujo livre arbítrio permite uma definição de centralidade sobre as crenças e ações da vida. Porém, tais atributos não nos endeusam, pois a nossa mortalidade põe fim a todos os esforços e conquistas humanas. A nossa vida não se resume a ser ou existir. Mas, ser e sentir!