(Fonte: pós-graduação USCS)
UMA LEITURA DE MIM
Fica alguma coisa no ar quando a reflexão nos leva ao nosso interior... como se não quiséssemos ver, reconhecer, aceitar, assumir, encarar. Há um lado em mim que desconhecia...difícil aceitar-me nesse novo contexto. Pergunto se eu estava oculta e nunca me vi, ou se mudei e nem percebi! Há muito nesta nova mulher que se abriu para a vida, que vislumbra horizontes novos e deseja alcançá-los.
Mas há outro lado dela que me assusta... é o seu desejo de ser...é não encontrar o sinônimo exato de o que é ser livre.. é não saber discernir o ser livre do ser liberto. O ser livre é aquele que exerce o seu poder de autonomia de escolhas, de decisões. O ser liberto é diferente. Sinto que ele me deixa mais livre e me mostra um lado que não sabia de mim...o lado das paixões que se liberam e nem sei que rumos podem tomar por serem indomáveis, irrefreáveis e, ao mesmo tempo, desejados e atraentes.
Fica no ar a pergunta: quem sou na verdade e até que momento estou me perdendo de mim ou me encontrando? Assusta-me esta ideia. Se eu estiver me encontrado, entrarei cada vez mais neste caminho consciente de quem sou e terei o autodomínio porque é minha escolha nesta procura de ser e de saber o que é ser de verdade. Se estiver me perdendo de mim...eis o meu medo: para onde vou?
Enquanto estiver explorando rumos, eu caminho. Mas...e depois? Se eu não souber voltar?
É um percurso novo e que ainda exploro. De um lado, fascina e prende. Do outro, é um mistério! Tenho medo de estradas escuras, curvas que ocultam o panorama, retas infinitas e cansativas, ou ruas sem saída. Não quero entrar seem labirintos! Há que existir uma alternativa. Que nada me deixe perdida em mundos estranhos!
Eis um embaraço que me toma e desafia, enquanto meu olhar se perde no infinito...
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Obs: eu não quis usar a expressão “autoleitura” ou "autoanálise". A "leitura de mim" me aproxima mais de quem eu sou!
Najet, Editado em 01.12.2020
(Fonte: Maria Helena)