Isolado
Oi. Tudo bem?
Se você está lendo esse texto no quando eu decidi publicá-lo, você com certeza sabe que estamos num período tenso e incerto, de um jeito completamente generalizado e inesperado por todo mundo.
Sabe, ano passado eu escrevi, algumas vezes, sobre como aquele ano como um todo me fez repensar muitas coisas. Desmentir o que eu entendi errado por muito tempo, enfrentar alguns receios que eu tive, e arriscar um pouco sair da tal "zona de conforto" do que eu "já sei" fazer e ser. Ah, claro.
E bom... Em cada tentativa, acabou que eu tomei um balde de água fria atrás do outro. Esquece isso, repensa aquilo, se prepara de novo, espera uma resposta, desapega dessa expectativa... E tudo bem, fazia parte.
Desde que eu moldasse as coisas para ser mais ativo, independente dos problemas, e que eu melhorasse em alguns traços.
Que eu me jogasse em cada oportunidade que eu sei como tentar, que eu me interesso de verdade, e que vão aos poucos diminuir as fraquezas.
Que ah... Não são poucas.
Por isso, na virada de ano, eu, que não tinha nunca feito promessas de ano novo nem nada do tipo, me permiti sentir uma vez nisso uma troca de energia.
Mas, essa própria frase, essa descrição, já me gera um desconforto. Longe de mim querer acreditar literalmente nesse tipo de coisa - é só uma definição bonita e abstrata de algo que é na verdade bem mais palpável e urgente, e simples.
Talvez essa visão poética esteja se escondendo cada vez mais.
Enfim...
Tudo que eu vim cultivando, mesmo que aos poucos, prometia dar seus frutos cada vez mais marcantes. E tava na hora de buscar aproveitar mais do mundo, junto de quem eu tinha conseguido manter do meu lado.
E todas essas respostas e evoluções estavam lá fora, e eu descobriria interagindo mais com essas pessoas e oportunidades que vinha planejando faz tempo, pra que até me provasse que finalmente algumas evoluções chegaram.
Mas já é quase Dezembro, e estamos aqui presos - quase mais literalmente do que nunca - no mesmo loop de anseios, problemas, limitações, falta de privacidade, rotinas desgastantes e quase sempre vazias...
E quase tudo se resume à esperança.
Uma palavra extremamente passiva, e que no fundo alimenta mais do que devia a ansiedade. Mas, como um bom teimoso, me prendo nas mínimas coisas que forem precisas pra não cair - apesar do equilíbrio inconstante.
Mas sem promessas dessa vez, aposto que não farão falta.
Como sempre foi até aqui.