Comparações Impiedosas
Temos um costume bastante prejudicial que, em muitas ocasiões, acontece sem que nem percebamos, mas que também ocorre de forma extremamente consciente. Temos uma tendência perigosa de nos compararmos com os outros, de a todo o momento estarmos nos colocando diante dos outros na tentativa de buscarmos por semelhanças ou superioridades. Um fato é que nunca queremos estar abaixo de ninguém. Se não for para sermos melhores, que sejamos iguais. Mas o que é ser melhor? O que é melhor para mim pode não ser o melhor para você. O que é suficiente para mim pode não ser suficiente para você. Precisamos evitar as comparações e adotar uma postura muito mais saudável e inteligente: a autoaceitação.
Comparamos nossa beleza, comparamos nossas conquistas, comparamos nossas experiências como se elas não fossem únicas, singulares, especiais, como se fossem corriqueiras e comuns a todos os bilhões de seres humanos que existem nesse mundo gigante. Não acordamos para a suprema verdade de que cada um de nós não pode apenas representar mais um número dentre infinitos, devemos ser únicos em essência e isso implica dizer que comparações são inúteis, injustas e causam sofrimento. Não podemos ser completamente iguais. Não podemos ter absolutamente as mesmas características, as mesmas histórias, as mesmas vivências pelo simples e claro fato de que somos únicos, nossa existência é ímpar, aquilo que temos a viver é dirigido somente a nós mesmos e a mais ninguém. Para quê comparar potenciais se cada um terá o seu? Para quê comparar formas de enxergar o mundo se cada um de nós precisa fazer uso do direito de aproveitá-lo da melhor e mais sublime forma possível.
E torno a dizer. O que é melhor para mim quase nunca é o melhor para você. O que faz todo o sentido para mim, aquilo que faz parte do meu sonho, ao que eu dedicaria toda a minha vida pode não ter o mesmo valor para você, e daí? Vai desperdiçar seu precioso tempo vivendo por algo que não diz respeito a quem você é só porque na sua visão distorcida nós precisamos estar em pé de igualdade? Ou vai se martirizar pensando que as minhas vivências são mais atrativas e prazerosas do que as suas? Agarre a sua vida. Aceite quem você é e aproveite essa rica oportunidade de estar num universo cheio de possibilidades de crescimento, de amadurecimento, de enriquecimento, de evolução!
Não desperdice a vida a partir de comparações tão equivocadas. Na vida não existe uma régua para que todos fiquem padronizados. A vida aceita as mais distintas e variadas réguas para que cada um de nós atinja o nosso próprio desenvolvimento. Sobre isso a Monja Coen tem um sábio conselho a nos dispensar: “Cada pessoa é um ser único. Cada um tem sua história, seus fracassos e seus sonhos. Não devemos perder tempo e energia nos comparando com ninguém. Isso só nos causa frustração”.
(Texto de @Amilton.Jnior)