PODERIA O CÉREBRO HUMANO ENTENDER-SE?
Desde o nascimento, nosso cérebro parece ter uma habilidade básica inerente e biologicamente determinada com um sentido elementar de aritmética.
Sendo a matemática baseada num pequeno conjunto de objetos básicos formados por uma soma de representações com um sentido numérico e uma intuição do espaço, poderia um esquema inteligível de simulação e manipulação desenvolvido pela evolução humana, ser suficiente para nos entender?
Apesar da estrutura restrita de nosso sistema nervoso constranger os pensamentos que concebemos, a adaptação do cérebro humano à estrutura do mundo físico capacita-o a construir novas representações mentais através das metáforas culturais, juntando velhas concepções em novas características formando novos instrumentos matemáticos que acrescem o poder representacional do nosso cérebro que, por não ser um sistema formal de regras e símbolos, poderia, imagino, num momento propício e fortuito, com seus próprios recursos mentais buscar compreender o paradoxo cognitivo de entender as verdades que são inacessíveis à demonstração formal?
A natureza aborrece o vazio. Talvez, o relato de um conjunto de fenômenos suportado por observações detalhadas das manifestações mentais e o estudo do ser humano possam esclarecer a essência da verdade matemática.