A TEMERIDADE NUMÉRICA

A matemática, em sua óbvia intemporalidade e infalibilidade de prazo dilatado como um elemento perpétuo independente da ação humana e do conhecimento é um fenômeno sociocultural e histórico, uma ideia social como a religião, a lei, e o dinheiro, entre todas as outras coisas, mas, apenas uma parte da consciência coletiva, pois, não é uma concepção física nem mental.

Se pensarmos nos números como um elemento ou objeto externo, ou, interno, independente do nosso pensamento ou ação, pensamos, também, sobre as duas classes distintas de existência, uma polaridade que impede a justaposição dos números devido ao entrave da falsa pressuposição de que existem apenas duas categorias de propriedades.

Portanto, um número não é uma questão tão fácil e trivial quanto aparenta, a despeito de todo o nosso conhecimento matemático, porque nem temos uma concepção coerente do significado do que é o número UM. Consequentemente, tal ideia nos remete a inquirir filosoficamente sobre a natureza da matemática no sentido de sua existência como objeto, permanência e o que nos possibilita tal conhecimento.

Como tipos diferentes de realidade, muitas coisas que nos rodeiam não são meramente pensamentos em nossa mente, ou, externo ao pensamento ou atividade, e não fazem parte da metafísica ou da ontologia, o que causa uma dificuldade na obtenção de um significado, pois, sua qualificação peculiar oculta sua natureza plena e integral, a exemplo da natureza da matemática, que, apesar do vasto conhecimento que reunimos sobre a mesma, singularmente não sabemos o que é realmente.

Colocando de lado o platonismo podemos correlacionar a ideologia política e a convicção sobre a substância da matemática como o sentido mais próximo que podemos atribuir à mesma em sua similaridade com muitos elementos e objetos com os quais convivemos e nos cercam tanto internamente quanto externamente, que são componentes da sociedade e da cultura, mas, externos à nossa individualidade, pois, os aprendemos e reconhecemos através da leitura e da comunicação. Contudo, limitando o paralelismo, podemos apreciar a matemática como uma instituição social de atividade humana.

J Starkaiser
Enviado por J Starkaiser em 24/11/2020
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