O Fim do Dia Não-Começado
Eu saía pelas ruas
Prédios inteiros em chamas
Vidas inteiras descartadas
Um absoluto abandono
Eu cantava pelas ruas
Voz alguma se ouvia
Grito algum de socorro
Mas era tudo medo... Tudo nada!
A hieroglífica mensagem no céu
Indescritível sensação de adeus
‘Meu Deus! O que somos nós?”
Clamava um robô ajoelhado...
Fios e conexões...
A alma já tinha esvaído
Pelas águas das narrativas
Caindo no abismo da mentira
Sirenes! Bombas! Explosões no firmamento!
Há alguma oração a se fazer?
Um anjo, apenas um anjo sequer?
... inóspita imensidão a frente
Choro de criança, cheiro de inocência
Sacrificada na ira dos rejeitados
Uma fornicação espiritual
Amar um amor tão sem amor
Que haja luz entre os escombros
Menos peso sobre nossos ombros
Nos resta a dor e a lágrima?
A mais alta honraria é persistir
Um dia eu estarei em braços eternos
Consolado por toda eternidade
Mal posso esperar esse toque
Multi-efervescência cósmica, e redenção!