O Fim do Dia Não-Começado

Eu saía pelas ruas

Prédios inteiros em chamas

Vidas inteiras descartadas

Um absoluto abandono

Eu cantava pelas ruas

Voz alguma se ouvia

Grito algum de socorro

Mas era tudo medo... Tudo nada!

A hieroglífica mensagem no céu

Indescritível sensação de adeus

‘Meu Deus! O que somos nós?”

Clamava um robô ajoelhado...

Fios e conexões...

A alma já tinha esvaído

Pelas águas das narrativas

Caindo no abismo da mentira

Sirenes! Bombas! Explosões no firmamento!

Há alguma oração a se fazer?

Um anjo, apenas um anjo sequer?

... inóspita imensidão a frente

Choro de criança, cheiro de inocência

Sacrificada na ira dos rejeitados

Uma fornicação espiritual

Amar um amor tão sem amor

Que haja luz entre os escombros

Menos peso sobre nossos ombros

Nos resta a dor e a lágrima?

A mais alta honraria é persistir

Um dia eu estarei em braços eternos

Consolado por toda eternidade

Mal posso esperar esse toque

Multi-efervescência cósmica, e redenção!

Tomverter
Enviado por Tomverter em 24/11/2020
Código do texto: T7119141
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