O PODER DA CARIDADE

Como deixou bem claro Paulo de Tarso numa de suas cartas, não adianta manifestarmos os nossos dons ou talentos, bem como as brilhantes virtudes da fé e da esperança, se não houver em nós o dom do amor em nossos corações, o qual não trata com indecência e nunca é capaz de ver os seus próprios interesses, tampouco tem a petulância de se vangloriar e de se ensoberbecer. De todas as virtudes essencialmente cristãs, é a da caridade ou do amor a mais elevada e sublime, pois excede em grandeza qualquer limitação humana que poderia prender uma alma nos estritos limites de suas impossibilidades éticas e espirituais. De fato, que outra virtude consegue fazer com que uma vida humana produza na temporalidade de sua existência uma obra de natureza transcendental e de alcance eterno? Que outra virtude beneficia não só quem a pratica, mas também qualquer forma de vida que estiver próxima dessa prática inspiradora? Se o ódio pode produzir estragos terríveis entre irmãos e nações; se a indiferença pode produzir a inação e o vazio, as obras de um coração amoroso podem muito bem produzir uma restauração profunda em almas inimigas e em relações perdidas, e também pode semear um milagre de dimensões inefáveis, capazes de instaurar o reino de Deus em vidas vitimadas pela dor da desesperança. A caridade por onde ela passa pode propiciar grandes transformações e operar as mais profundas conversões de consciência, não só para essa vida, mas para a espera da vindoura.

Alessandro Nogueira
Enviado por Alessandro Nogueira em 19/11/2020
Reeditado em 19/11/2020
Código do texto: T7115343
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