Homo-Sapiens
Desconhecendo a mim mesmo e as múltiplas complexidades da condição humana, reajo ignorantemente ao que julgo desconhecido, seja por medo, raiva ou covardia, tudo num pretenso preconceito de que a vida se limita ao que estabeleci como absoluto. Assim reduzo minha existência a ser pior que um animal irracional acuado e passo a viver num reducionismo existencial, invalidando quem pensa e vive diferente de mim. Nessa cega convicção, desprezo, ignoro e posso chagar até matar, tudo sob a égide da Lei que cravei em pedras. Essa realidade é tão louca que o mal passa a ser tratado como mera banalidade, uma vez que toda contrariedade é uma insurgência ao meu território sagrado, exigindo sempre urgente e reativa defesa. É justamente nesse regressivo evolucionismo ou apologismo fanático que corremos o risco de negando as múltiplas possibilidades de existências dentro desse espaço que Deus deixou à todos seres livres, sermos a geração que conforme o livro de apocalipse teve sua extinção submersa num mar de sangue, fogo e enxofre.