SENTIMENTOS DÚBIOS
Sentimentos dúbios estão a invadir meu corpo de uma tal forma que me vejo privado de mim mesmo, e sou obrigado a prestar contas sobre meu estado de ânimo atual, certo de ainda que eu fosse o maior poeta a já ter pisado nesta terra, fracassaria vergonhosamente nesta tarefa.
Ódio e amor mesclam-se em meu âmago. Ambos sentimentos estão bem alocados em meu ser, mas dizer somente isso seria insuficiente. Porque ao tentar verbalizar meu sentimento, esbarro na limitação imposta pela minha linguagem, e é dai que resulta meu ódio: ódio pela linguagem. Ela é a maior inimiga dos grandes sentimentos, e tbm a minha principal adversária nesse momento. Pois como posso me valer dos mecanismos precários da linguagem para descrever a essa sensação de falta de ar no peito, a me sufocar por dentro; acompanhada da certeza de que o ar que eu preciso pra respirar encontra-se inacessível, a me sufocar por fora - tal qual um astronauta que perdeu seu equipamento em plena gravidade da lua; não, os poetas n dão conta de tal sentimento em seus versos.
Chatinha, poucas pessoas seriam capazes de dizer eu te amo para uma pessoa que mal se conhece...
Entretanto, só de escrever o seu nome, já me faz bem; curiosos os artifícios do amor para propiciar prazer àqueles que amam -
Mas essa covardia a sociedade não acrescentará aos meus erros...
Eu te amo, Chatinha!