Terceira Guerra Mundial

O indivíduo humano é guiado através da realidade pelos dados que lhe chegam pelos sentidos e, abstraindo tais dados, ele chega à intelecção objetiva que possibilita o juízo, o crivo de análise das coisas. As informações, portanto, são determinantes para a tomada de decisões e, nesse sentido, grande poder têm aqueles que detém os veículos de informação. Não é necessário, portanto, fazer grande esforço para perceber que a mídia mundial é um instrumento de controle comportamental através da linguagem. Através de um sofisticado sistema de manipulação da linguagem, que, diga-se, é uma verdadeira máquina de corrupção, de destruição completa do senso de proporção, a mídia condiciona as pessoas a agir de tais ou quais formas. Os consumidores da grande mídia, depois de perderem a sua força intelectiva individual, passam a defender ideias e comportamentos que, antes, não o fariam de livre e espontânea vontade. A realidade é subjugada pelos referenciais ideológicos. Daí o gatilho para o despertar do comportamento apocalíptico que vemos no nosso cotidiano.

A tevê, o cinema e as plataformas de entretenimento da internet mostram, a todo momento, imagens, signos e referenciais de um iminente apocalipse. "O fim está próximo". É curioso notar que, presente nessa linguagem apocalíptica, está todo um quadro, um esquema sofisticado de modelos de como agir nessas circunstâncias catastróficas. Depois de um holocausto nuclear, depois de um cataclismo global, de tsunamis, de terremotos, de colisões de meteoritos com a superfície da Terra e, de quebra, de uma guerra de proporções mundiais, os atores ensinam, com admirável precisão, como o cidadão comum deve agir -- se sobreviver. E, claro, o principal do retrato macabro são os contornos da política, da "nova política" decorrente dos novos tempos. O "admirável mundo novo" que se segue clama por uma "nova ordem mundial". E lá estão, na mídia, os novos parâmetros de comportamento que todos devem seguir. Desprezá-los é se candidatar à implacável perseguição daqueles que foram amestrados pelo sistema do mundo. E a perseguição é cruel.

Contudo, a realidade é muito mais abrangente do que os canhestros limites da perspectiva da beautiful people, dos âncoras dos telejornais, dos atores das telenovelas, dos youtubers, dos blogueiros, dos velhos e novos candidatos aos cargos públicos que se incorporam em palhaços a cada quatro anos, dos especialistas universitários, dos engajados em causas sociais ou ambientais. A realidade é sua única e perfeita testemunha, as coisas são como são e a força da mentalidade revolucionária, que intenta perverter a visão do real, sucumbi ante o magnum factum de que o homem não tem o domínio da perspectiva onisciente da História. A arrogância dessa perspectiva leva à loucura. No entanto, existe uma função pedagógica nessa tensão apocalíptica cotidiana: ela serve precisamente para nos manter alertas sobre o que virá e para nos manter confiantes no Verbo Divino, no Salvator Mundi, em Christo, o Senhor da História, o Onisciente condutor do mundo.

Vitor Marcolin
Enviado por Vitor Marcolin em 11/11/2020
Reeditado em 11/11/2020
Código do texto: T7109147
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