Saudade de uma cidade que nunca conheci
Minha saudade carrega o nome de uma cidade. Uma cidade calorosa, falando de clima, recepção e culinária. Uma cidade, assim como a minha: com várias oportunidades de olhar água até perder de vista.
Mas acho que essa cidade só exerce esse magnetismo sobre mim por causa de alguém. Eu costumo conhecer o mundo pelos sentidos. Mas conheço alguém dessa cidade que nunca senti. Então, me pergunto: é possível conhecer sem sentir? Pois eu conheço, mas não sinto.
Nunca senti a quentura e o aconchego do seu abraço. Entretanto, suas palavras sempre me trazem uma quentura boa na alma e um conforto inexplicável.
Nunca vi ao vivo o sorriso que se desenha nos dentes tão alvos, que chegaram a me intimidar um dia (hoje sei que o sorriso é bem cuidado por um terror intenso de dentista). Mas sempre imagino os vários tipos de sorriso que devem se desenhar no rosto quando conversamos sobre besteiras.
Nunca senti o seu cheiro, porém imagino que seja de rosquinha de banana e canela (Eu sei que não deve ser sempre, mas deve ser algo tão gostoso quanto).
Enfim, a minha saudade é de uma cidade: Salvador. E o único motivo que me faria sair daqui de Belém e ir lá é uma pessoa. Uma pessoa mínima para dados estatísticos, mas curiosamente, o único ponto turístico que eu quero realmente conhecer através dos meus sentidos.