Homem-Lobo
Ele voltou para casa como quem procura algo escondido na certeza que se perdeu.
Ele queria reconhecer alguma pista, mas a casa era diferente de tudo que lembrava.
Ele foi sabendo que o oco retumbava nas frestas e vãos das paredes de dentro. Chovia e por fora não se via.
A casa cheia de vazio com chão de piso frio e teto de madeira com cupim.
Ele parou sabendo que o despertador estava longe. Acordou usando qualquer roupa de sempre. Não esperava um alarme, nem tinha uma senha.
Ele morria, como tudo que vive. Às vezes sabia, noutras esquecia.
Dizem que ele era comum, como qualquer um, não incomodava ou atrapalhava.
Ele nunca mais voltou, dizem que vive onde se encontrou.