Ela é tão grande!
Ela é tão grande!
Uma vez pensei em como que seria bom apaixonar-me pela pessoa que vejo no espelho.
Ela canta, ela toca, ela fala inglês com um sotaque lindo.
Ela gosta de lua, fala de almas gêmeas, conversa sobre tudo com muito brilho nos olhos.
Ela se diverte sozinha, ama de forma intensa sem medo de errar.
Mas ela erra. Tá tudo bem falhar.
Ainda assim ela continua grande, porque ela não veio para o mundo para ser pequena!
Eu achei que seria um máximo me apaixonar por essa ideia.
Riram de mim, zombaram da minha loucura, dizendo que pessoas perfeitas não existem.
Eu acreditei.
Mesmo assim ela estava lá, grande em sua paixão pelas coisas e pelas pessoas.
Ela escreve, ela encanta, ela dança, ela se doa.
E esses dias ela saiu do espelho e veio ao meu encontro.
Sussurrou em meu ouvido coisas que só eu sabia.
Me cantou, me coloriu, me despiu.
Como é possível apaixonar-se pela própria sombra?
Mas ela não era uma sombra, era uma estrela!
A estrela mais iluminada de abril!