ARTE NA ALMA

Por transcender o alcance do pensamento racional e da linguagem humana, o sentimento influenciado não pode ser articulado, explicado ou ensinado, mas deve ser evocado ou despertado como uma oportunidade de contato direto com o desconhecido, tanto sagrado como profano, a arte serve para a experiência da empatia e da relação de semelhança para designar a qualidade das coisas.

O reconhecimento compreensivo nos afastando do nosso eu familiar, egoísta e saturado de ego para a realidade de outras pessoas e lugares atraídos pela beleza arrebatadora e dominado pelo caráter, pode trazer contentamento ou sentimentos que não conhecíamos antes de entender a arte, à ponto de senti-la, nos mostrando que não podemos viver sem ficção, pois o mundo é imperfeito.

Vivemos dentro de nós mesmos, de nossa própria consciência e de nossas percepções moldando conscientemente nossa percepção e o entendimento dos outros pela necessidade imperativa de criar, não necessariamente para capturar a beleza ou a perfeição, pois a arte é trabalho real gerado numa confluência profética em algum lugar nos recantos ocultos de nosso ser, mente, corpo e espírito.

Apesar de a percepção não ser realidade, nem sujeito a decisões ou convenções humanas, nossa assimilação associada a maneiras de ver e condicionada por um contexto a partir do qual a observação e avaliação são feitas, é um processo criativo através da habilidade de ver as relações entre os elementos, consciente na sensação combinada que sentimos ao olharmos, ouvirmos e sentirmos o mundo ao nosso redor como um modelo interno contínuo e construído, não, um reflexo da realidade como um espelho.

A nossa habilidade de eliminar o irrelevante revela o necessário, indo além da informação para criar ou mostrar algo novo mudando nossa perspectiva. Deus nos revelou outras verdades por meio do ensino sagrado nos doando a vontade de receber bens e recompensas que transcendem a vida presente. Cristo redefiniu a nossa existência e a nossa criatividade, unindo nossa criatividade à fonte de transcendência que buscamos em cada obra de arte, tornando a nossa criatividade num refrão para a glória de Deus e uma canção cantada para o mundo, quando afirma: “Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma e com todas as tuas forças e com toda a tua mente, e ao teu próximo como você mesmo ”(Lucas 10:27).