EFEMERIDADE
As páginas do livro do mundo abrem-se para quem enxerga as coisas ordinárias, trazendo clareza, paz e reconciliação, vivendo uma vida a cada dia, contente com o pouco e aceitando a impermanência.
Vivemos sob o constrangimento eletivo, exagerado e irreal por não ter o suficiente, e não ser bom o suficiente. Muitos pedem para manter as coisas imutáveis. Outros, não apreciam suas circunstâncias, sendo tolos em não se deliciar com o que têm. A maioria não dá valor ao que possue, até perderem a propriedade de seus bens.
Não importa o que esteja acontecendo em nossa vida agora, isso está fadado a mudar!
Como podemos nos curar em tempos de perdas que tocam profundamente os recantos mais vulneráveis do coração, e mudança, que emerge em nós a consciência da impermanência?
Com apenas duas opções sobre como lidar com as mudanças na vida, uma boa para nós e a outra ruim, podemos nos encolher de incerteza e dor, ou buscar aceitação, graça e compaixão diante da mudança, e continuar vivos e fortes, com coragem para permanecer presentes.
É fácil aceitar nosso dia a dia e deixar que a vida nos aconteça. Contudo, podemos nos guiar e mudar nossa vida com uma mudança de mentalidade e compromisso com a ação para viver uma vida com intenção e propósito, desde que estejamos dispostos a nos ajustar à mudança, senti-la e seguir em frente, pois, devemos fluir com a vida.
Confrontar a própria experiência, a mudança, a dor e a imaterialidade é um aspecto fundamental da existência de tudo. Entretanto, esses fatores desaparecem em significado diante da enormidade do evento de nossa partida deste mundo, um momento que todos temos de enfrentar.
Portanto, porque não se adequar à vida e sua impermanência enquanto dura, se, em algum trecho desconhecido e inesperado, no final, perdemos o fôlego?