AFEIÇÃO

Munidos de uma ideia fixa sobre como o funcionamento de um relacionamento bom ou correto deve ser, nos angustiamos comparando-nos com a ideia de um convívio perfeito.

Tratado conscientemente, sem basear-se na unitariedade da utilidade ou do prazer, um relacionamento deve ter um objetivo a atingir em cada estágio, a fim de alcançar seu propósito de um desfecho complementar aceitável.

Nos parâmetros da boa amizade desejamos que a pessoa exista e viva bem, e fazemos coisas aparentemente boas sem a pretensão de que ser bom é amável e desejável a pessoa que amamos por ambas razões, passando tempo com ela, reconhecendo as mesmas coisas agradáveis e dolorosas, não pedindo nada em troca. Ao compartilhar a felicidade um do outro, sentimos a dor de nosso parceiro, nos fazendo presentes em sua vida. “Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos.” (João 15:13)

A reserva moral da rara dádiva da amizade humana, sublime e ímpar, alheia aos benefícios, ciente dos deveres que a alimentam, é uma relação voluntária e uniforme na confiança e certeza da boa avaliação da expectativa de boas ações, onde a incerteza macula mais intensamente que o logro, e afana sua nobreza.

Como o cimento que mantém o mundo unido, o ato de amar ao invés de ser amado, multiplicando o bem da vida e dividindo os males, compartilha um vínculo estreito e interesses comuns, promovendo a segurança, o bem-estar e a longevidade da união.

Princípios diferentes produzem normas e resultados distintos na coexistência e nos afazeres humanos. A força imponente do interesse próprio que molda o comportamento de maneiras que nem sempre estão paralelas com a moralidade, não necessita ou importa altruísmo e interesse no bem maior.

Entretanto, a raridade da verdadeira amizade, como uma única alma habitando em dois corpos, reside em doar e aparecer pronto para ajudar, permanecendo presente amparando e norteando, independentemente do que foi feito, o que aconteça ou aonde o caminho leve. “Um amigo ama o tempo todo e um irmão nasce para a adversidade.” (Provérbios 17:17)

O amor incondicional com o apoio inabalável na vontade de desafiar corrigindo quando necessário, com graça, perdoando quando necessário e amando um ao outro mesmo quando dói é uma relação ímpar entre as pessoas. “Um homem de muitos companheiros pode se arruinar, mas há um amigo que se mantém mais próximo do que um irmão.” (Provérbios 18:24). “Pois se eles caírem, um levantará o seu companheiro. Mas ai daquele que está sozinho quando cai e não tem outro para levantá-lo! ” (Eclesiastes 4:10)

A amizade nos dá um sentido de pertencer aprimorando nossa felicidade, autoestima, valor e coragem no enfrentamento das decisões e dificuldades.

Não há amor maior do que o de Cristo, que deu sua vida por nós. “Eu te amei assim como o Pai me amou. Você deve continuar vivendo em meu amor. Se você guardar meus mandamentos, viverá em meu amor, assim como eu guardei os mandamentos de meu Pai e viverá em seu amor. Eu disse isso a você para que você possa compartilhar minha alegria e que sua felicidade seja completa. Este é o meu mandamento: que vocês se amem como eu os amei. Não há amor maior do que este - que um homem deve dar sua vida por seus amigos. Vocês são meus amigos se fizerem o que eu digo para fazer. Não vou mais chamá-los de servos, pois um servo não compartilha da confiança de seu mestre. Não, eu os chamo de amigos, agora, porque eu disse a vocês tudo o que ouvi do Pai.” (João 15: 12-15)

Podemos usar as variáveis condicionais das circunstâncias para funcionar num mundo real cheio de problemas que mudam nossa relação uns com os outros. Entretanto, nenhum sentimento é mais confortante e real quanto a amizade verdadeira.

Portanto, a funcionalidade na amizade é um tipo especial de relação para a qual existe apenas um valor específico de uma pessoa para o valor de outra, cuja soma é o amor incondicional com o apoio inabalável.

J Starkaiser
Enviado por J Starkaiser em 25/10/2020
Reeditado em 25/10/2020
Código do texto: T7095788
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