Estou interpelado pelo Novo: poemas de transição

O fim do dia chegou e deu passagem ao novo.

O novo é sair da zona de conforto.

O conforto é inimigo do processo, do autoconhecimento,

É pai do tornar-se impotente,

Avô da conformidade.

O novo pode ser deslumbrante, de causar frio na barriga,

ou também esquentar como num forno acima de 200°.

O novo que abre espaço para a realização pessoal.

O novo que aprisiona.

O novo que instiga. O novo que causa medo.

Aquele que frustra, o outro que acolhe.

Contradição, paradoxalidade, potencialidade.

A questão é ter consciência de si. Do que é seu, do que é do(s) outro(s).

Reconhecer os limites e quando afetarem ao ponto de diminuírem quem se é, reconhecer que é hora de parar.

Parando, ter a certeza de que outro novo virá.

Não precisamos ficar presos a um novo que maltrata.

Esteja até te dar a sensação de completude, até o ponto de te instigar de forma satisfatória a um processo de prazer, sobretudo mental, espiritual.

Determinadas coisas você encontra em qualquer esquina. Outras demoram muito tempo. Tanto tempo quando o tempo que o tempo têm.

Se perceba. Olhe-se. Incare-se. Enxergue nos teus olhos o que te engrandece.

Na dinâmica do tempo será inevitável a mudança. Nada é tão estável e fixo que não possa se deslocar.

Olhando na janela do tempo das recordações, percebo quantas posicionalidades que se refizeram. Quantas desconstruções. Quantas reconceituações.

Não há motivo para se tornar prisioneiro das circunstâncias.