O BELO E O FEIO

O belo e o bom, o feio e o mal, o acerto e o erro são propriedades absolutas de equivalência inestimável, pois um realça o outro mostrando diferentes aspectos dos elementos da natureza, cuja ocorrência serve a um propósito específico.

Enxergar a beleza do feio, com o propósito expresso de ativar instintos de distinção sem o preconceito arraigado agregado à nossa observação, dirigido contra tudo o que não é belo ou bom, ou não se encaixa em nosso conceito perfeccionista, nos aproxima do entendimento das diferenças. Entretanto, o feio, como seu oposto mais atraente, está nos olhos de quem vê.

A diferença nas coisas e pessoas tem uma profundidade maior do que a simples atenção, sendo necessária à observação como guia para o equilíbrio de nosso pensamento, ações e tornar a experiência condutiva ao que é produtivo no convívio e construções humanas.

O erro, por sua natureza é destrutivo. Mas, pode ser compreendido e, quando possível, contido. Afinal, somos humanos e falíveis! É inevitável que tenhamos nossas limitações, que podemos retratar em certas circunstâncias para cooperar com os outros e tornar o convívio transparente quanto possível.

Contudo é apenas justo ter coragem para admitir os próprios erros, tanto quanto para refletir sobre as próprias deficiências. Assumir nossas limitações é reconhecer as fraquezas e, em última análise, representa uma expressão de humildade e prontidão para melhorar.

Há uma correlação entre as desigualdades que tocam em pontos fracos e fortes em diferentes extensões de nossos pensamentos e ações que refletem as razões reais para continuarmos ou, repensarmos as coisas que fazemos.

Ao ignorar o lado errado de nossas concepções e atitudes abrimos mão da oportunidade de reexaminar um pensamento ou ato que é essencialmente contrário à natureza crítica da lógica da harmonia das coisas.

A beleza da ciência dos elementos unidos na relação de pertinência do pensamento, da fala e dos atos, não reside nos ouvidos e nos olhos de quem observa, como afirma a sabedoria convencional, mas em nosso compromisso em defender seus valores e ideias.

Portanto, é importante, também, reconhecermos o próprio erro e feiura no que pensamos, dizemos e realizamos, não importa o quão indesejável seja para evitar o desfecho futuro de um engano irremediável.

De acordo com a antiga concepção de que somos seres perfeccionistas que buscam fazer tudo com excelência e apuro, deveríamos enfatizar o lado benigno da natureza humana, enquanto a índole ordinária e indigna de nosso eu mostra o egoísmo e o interesse próprio, que é entendido como o lado feio do caráter humano.

Retratarmo-nos não é apenas questão de agradar, mas também de reconhecimento que beneficia tanto aos causadores quanto aos injuriados, que entenderiam os motivos de tal fraqueza e perceberiam que nem sempre os erros estão relacionados à má conduta proposital, distanciando-os do receio de confiar inteiramente nos incorretos para ficarem abertos às suas deficiências.

J Starkaiser
Enviado por J Starkaiser em 22/10/2020
Código do texto: T7093357
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