QUANDO A ESPOSA AJUDA O MARIDO

Quando falo de bons maridos, falo dos poucos que cuidam verdadeiramente de suas famílias. Falo isso em primeira mão por causa do(a)s “fiscais” de plantão que podem reclamar que “os homens” não ajudam a esposa, que não cuidam dos filhos, que não pagam pensão, etc.. Não são todos e não trato desses. Eles não estão incluídos no “meu” conceito de bons maridos. Digo meu conceito referindo-me ao conceito que uso aqui. Ele não é meu. Julgo-o como geral.

Pai e mãe fazem sacrifícios por suas famílias. Ambos ajudam-se mutuamente no manter-se, manter a casa e manter os filhos. Muitos pais conheço que não separam nada para si individualmente, seja tempo ou dinheiro. Muitos deles, alguns, inclusive, mesmo não sendo pais biológicos, muito pouco compram de artigos pessoais, mesmo sapatos ou roupas, para si para não permitir faltar para a família e até para proporcionar-lhes lazer, por exemplo. Para esses pais, suas famílias são sua realização pessoal. Se concluem cursos, por exemplo, se crescem, se realizam, essas vitórias são para dar coisas melhores ainda para suas famílias. Isso é suas realizações pessoais.

Observo, porém, na rede, especialmente em posts no Faceboock, que o "bom marido" abrir mão de um pouco ou todas as suas coisas pessoais em favor da família não é tido como mais que sua obrigação, ao passo que a "boa esposa" abrir mão de qualquer coisa pessoal (como o salão de beleza, por exemplo) é tido como ajudar o marido.

Acho essa visão um tanto quanto errada. Quando o pai abre mão de suas coisas pessoais ele não está ajudando a esposa, está ajudando a família (mesmo que essa família seja somente os dois). Essa ajuda inclui ele. De igual modo, quando a esposa abre mão de suas coisas pessoais não está ajudando o marido, está ajudando a família e isso a inclui.

Assim, a esposa não deve nada para o marido se ele faz sacrifícios pela família, porque ele está incluído na família - faz sacrifício por si mesmo também. E, de igual modo, o marido não deve nada para a esposa se ela faz sacrifícios pela família, sendo que ela está incluída na família.

Não é ajudar (não é favor) o marido ou a esposa, mas sim a família, quando fazemos nossa obrigação. Ajudar (é favor) o marido ou a esposa é quando vamos além e fazemos o que não é obrigação ou nos sacrificamos além da conta porque a outra parte não faz o que lhe é devido. É obrigação do homem e da mulher contribuir para o bom andamento da sociedade familiar que constituíram e isso inclui sacrificar-se quando necessário. Se cada um fizer sua parte (dentro de suas atribuições e possibilidades), sem tornar-se um peso para o outro desnecessariamente, o relacionamento fruirá mesmo quando houver dificuldade e a família prosperará especialmente na área emocional e afetiva, o que redundará em prosperidade nas demais áreas.

Wilson do Amaral