Sempre vai ser só eu
A questão é que por mais que exista um envolvimento minimamente caloroso nunca é algo que vai durar. Já chegou a durar alguns vários meses, algumas boas lembranças e risadas, certos traumas e sessões de terapia; só que eu definitivamente não entendo o motivo pelo qual eu nunca consegui ser suficiente, na verdade eu não sou nem pra mim.
Por muitas vezes eu me submeti a situações que acredito que ninguém em sã consciência de submeteria. Eu aceitei ser a segunda ou terceira opção, ou talvez nem ser. E o que eu ganhei com isso? Um vazio ainda mais profundo que em alguns momentos faz com que eu questione se a minha existência tem valido a pena, ela não tem.
Ontem eu revi o filme As vantagens de ser invisível, que por mais que pareça um drama adolescente superficial, tem camadas bem profundas se assistido da forma correta, é bom estar aberto a interpretações. Enfim, um dos personagens fala que “nós aceitamos o amor que acreditamos merecer”, ou mais ou menos isso. De qualquer forma, a frase que faz muita gente se questionar de suas escolhas amorosas não faz o menor sentido pra mim; eu sempre soube que merecia o melhor amor do mundo, mas nunca tive nem 1/4 dele, nem vindo de mim mesma, e olha que irônico, não é mesmo ? Eu costumo julgar e repreender pessoas que antes de tentar amar outras pessoas não conseguem se amar, e eu faço justamente isso. Eu penso que quando apontamos demais os erros de outras pessoas, nós estamos falando de nós mesmos, confesso que é muito mais fácil projetar no outro do que encarar de frente que é algo em mim. Mas eu faço isso porque acho que não mereço muito? Errado. Talvez eu esteja procurando um amor, só alguém que faça eu me sentir menos vazia, mesmo que por alguns momentos.
Hoje eu vejo todas as pessoas que passaram pela minha vida seguindo felizes com a delas e eu fico até feliz, a maioria merece toda a felicidade do mundo. Só que aparentemente eu não.
Terça-feira, 20 de outubro e eu queria que meu espelho que reflete uma pessoa feia, desacreditada e por vezes infeliz, quebrasse junto comigo. Tenho estado cansada de não sentir nada além de autopiedade, acho até que comecei a afetar minhas relações com outras pessoas pelo jeito depreciativo que lido e falo de mim.
Fico pensando se talvez eu não tenha criado um muro muito alto de independência e por mais que seja algo que eu preze, tem me sufocado e feito com que nada mais me desperte sensações. Tenho pensando muito em mim quando era pequena, eu sempre gostei de me isolar e ficar sozinha, atualmente deixou de ser opção e passou mais a ser um estado involuntário. No final de todo dia ou num sábado à noite onde eu deveria estar aproveitando o auge dos meus vinte anos, sempre vai ser só eu.
[Não espero que gostem do texto, precisava organizar em palavras o que eu venho sentindo e pensando. A vida e as relações interpessoais não tem feito muito sentido pra mim nos últimos dias, estou tentando me decifrar aos poucos... me desejem sorte].