DELICADEZA DA INSTABILIDADE
A consciência de nossas próprias emoções de amor, alegria, empatia e criatividade convivem com o sentimento subjacente sempre presente e permanente de nossa vulnerabilidade, não sendo uma fraqueza, uma indisposição transitiva ou uma escolha. No entanto, nos conecta com a vida e as outras pessoas, como uma chave para relacionamentos próximos.
Quando não nos sentimos dignos ou valorizados, lutamos contra as sensações de vulnerabilidade temendo provocar o constrangimento e a humilhação, o que nos mantém cativos num compromisso com o nosso ego.
Buscamos a perfeição, enquanto ensaiamos um desfecho antecipado de uma possível tragédia para evitar o embaraço, ansiedade, incerteza e medo, abafando ou interrompendo momentos de alegria imaginando as possibilidades de algo dar errado.
Até pouco tempo atrás a tecnologia parecia externa e serva de nossas necessidades mais básicas, que mais recentemente, com a internet tornou-se onipresente e íntima em muitos aspectos de nossa vida, através das redes sociais e as identidades imaginárias que criamos em mundos virtuais que nos compelem a passar horas jogando e experimentando “vidas” paralelas fugindo de nossas respostas espontâneas de "ser" ao que está acontecendo em nossa vida, e do sentimento central que nos torna quem e o que somos, nos expondo à receber sérias lições sobre a nossa vulnerabilidade, um sinônimo de nossa abertura e exposição ao coração, ao nosso ser e alma, enquanto representa a nossa capacidade ou suscetibilidade de ser ferido.
Deveríamos aprender a lidar estreitamente com a nossa intimidade para abraçar a vulnerabilidade como nossa maior força, pois nosso verdadeiro poder reside em nossa disposição de ser vulneráveis.