desgaste cotidiano
é como não se sentir tão bom para si mesmo, e
ficar inerte a tudo que desmorona ao seu redor.
as vezes me sinto como um passarinho em uma gaiola, mas
preso do lado de fora do meu corpo, me sinto
preso na minha nevasca escura, me sinto em
pânico sem saber o motivo.
as vezes sou uma
simples caneta que começa a falhar
e nessas
horas queria ser um lápis, para se
reconstruído
em instantes, as vezes sou uma
imensidão de
dejavus jamais visto.
me sinto preso, sem ar.
me sinto perpendicular à tristeza e solidão
passageiras no meu vagão que percorre minha
vila com velocidade habitual.
as vezes coloco a sujeira em baixo do meu
tapete de felicidade, mas as vezes nem chego
a limpar.
como a vida é desgastante, me quebrando em
pedaços que um dia nem existirão mais.