PRESSA
Em nossa percepção subjetiva do tempo mudando com nossas circunstâncias, experiências e induzida pela tecnologia, a brevidade e o atraso tornam-se relativos à velocidade de como o ritmo de atividade das pessoas e das coisas ocorrem ao nosso redor, numa regra de contrastes contínua e incoerente que nos provoca uma distorção sensorial diminuindo proporcionalmente a nossa tolerância com a antecipação na ausência de celeridade nos afazeres e nos retardos na dinâmica cotidiana, com consequências particularmente amplas sobre a maneira como vivemos o tempo em nossa vida alterando nossa própria percepção da passagem do tempo.
Acostumados com os aparelhos eletrônicos poderosos e rápidos que usamos, determinando o ritmo dos eventos que vivenciamos, não percebemos que estes nos condicionam para esperar respostas quase instantâneas às nossas ações e reações mais conscientes e antagônicas contra qualquer tipo de delongas, e rapidamente ficamos frustrados e constrangidos com o menor atraso acentuando a variabilidade de nosso senso de tempo e reduzindo a nossa paciência para esperar. Parece, que à proporção que as redes ficam mais rápidas, ficamos mais agitados.
A cada dia que passa nossa dependência dos aparelhos eletrônicos aumenta com os fluxos mais rápidos de informações online, desde a nossa alimentação, procedimentos médicos, trabalho, comunicação, diversão e implicações em como pensamos, nos socializamos e vivemos. Porém, tudo tem um preço! Além do efeito mental que nos impacta com o uso constante de dispositivos eletrônicos, também, a nossa proximidade física com esses aparelhos é uma ameaça potencial ao nosso bem-estar biológico devido à radiação eletromagnética que emite. Demais, é fácil gastar mais tempo com nossos eletrônicos do que realmente queremos, e nos entediar.
Buscando a gratificação instantânea perdemos a tolerância entre a ação e a resposta, com consequências culturais e pessoais. Contudo, as grandes realizações humanas na arquitetura, na ciência, na arte, na administração e na política têm uma duração proporcional de apreciação e tempo para criar, pois, as experiências mais profundas não podem ser dimensionadas em frações de segundos.