Conhecer a si mesmo é liberdade

Uma vez quando eu disse para alguém que gostaria de me conhecer mais essa pessoa me perguntou o porquê, o que eu ganharia com isso, e ainda afirmou ser uma perda de tempo e que isso diminuiria a minha liberdade. Ao ouvir isso senti um choque instantâneo, eu não acreditava no que estava ouvindo. Tantas pessoas por aí falando para conhecermos a nós mesmos e esse alguém que nesse momento era de confiança me dizendo o contrário. Mas será que eu iria perder a minha liberdade se começasse a me conhecer mais e mais? Segui a minha intuição e me aprofundei nessa de me conhecer, afinal, eu já estava sentindo-me presa em uma gaiola mesmo. O que eu perderia mais? Eu me sentia sem identidade, se alguém me perguntasse quem eu era eu me sentiria num beco sem saída. Não sabia direito o que fazer, o que sonhar, qual caminho seguir, em quem confiar, o que vestir, comer, falar, ouvir, quais livros ler. Foi então que eu percebi que eu estava podando a minhas vontades pelos desejos dos outros sobre mim. Eu queria agradar os outros, queria ser quem eles quisessem que eu fosse. Fazia isso porque queria me sentir amada e aceita por eles. Eu pensava que as minhas vontades eram tolas, imaturas e sem sentido, e por isso eu guardava elas num cantinho e aceitava as sugestões dos outros. Não gostava de falar porque achava que não agregaria em nada na conversa, pois pensava que não era inteligente o suficiente para dizer algo interessante e surpreendente. Mas eu queria falar, eu queria mostrar quem eu era, pois eu estava ali jogada no canto por mim mesma, sendo ignorada por mim. Foi então que a partir do momento que eu decidi a me conhecer que eu me senti renascer, para caminhos que eu agora iria construir, para sonhos que eu iria sonhar, aprender o que eu quisesse, escutar, vestir, comer, ler, amar o que eu quisesse e tivesse vontade. E foi assim que eu descobri que eu não era uma pessoa sem identidade, eu só suprimia ela até chegar num ponto de achar que não tinha uma. Quanto mais eu aprendia de mim mesma eu ia construindo essa bolha que me blindaria de muitas pessoas, pensamentos, sugestões e opiniões ruins não bem vindas. Quanto mais eu me conhecia eu me amava mais e mais. E no caminho de todos esses processos eu percebi que eu sempre estive lá, todos os sonhos e desejos já estavam lá, apenas reprimidos por mim, e com o passar do tempo pude ir buscando e me conectando com cada um deles e tornando-os em realidade pouco a pouco. Eu preciso deles comigo, cada um, pois são eles que fazem o meu coração pulsar para viver dia após dia. Depois de já estar há algum tempo me conhecendo tudo o que aprendi é que não há nada melhor que isso. Não me arrependi, e se pudesse voltar atrás e conversar com a menina do passado eu diria que ela fez uma corajosa e boa escolha em não dar ouvidos a aquele alguém e seguir o seu caminho, o caminho que ela sentia que devia trilhar. E para quem estiver lendo isso, guarde bem essas palavras em seu coração e em sua mente: Não há nada melhor e mais libertador no mundo do que conhecer a si mesmo. Isso te fará pensar com a sua própria cabeça, te fará andar o seu caminho com os seus próprios pés, e isso nada nem ninguém deve tirar de você!

Anna G
Enviado por Anna G em 14/10/2020
Código do texto: T7087002
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