E eu o que faço com esses números?
Quanto de vida cabe em 26 anos?
Quantas experiências?
Quanto, importa?
Ou importa, como?
Quantas histórias cruzaram a minha história neste espaço de tempo?
Quanto amei?
Quanto fracassei?
Quanto me dei por vencida?
E quanto foi que venci?
Que é vencer?
Quanto tentei?
Os fracassos são proporcionais as tentativas?
Aprende-se mais vencendo ou fracassando?
Quanto escrevi e quanto disso foi relevante?
Quanto de todos esses anos eu vivi e quanto eu sobrevivi?
Quanto foi que eu me indignei e quanto me resignei?
Quanto fui responsável pelas escolhas que fiz e quanto quis transferir a responsabilidade?
Quanto do que eu disse precisava ser dito e quanto isso impactou em quem ouviu?
Quanto eu aprendi e o quanto esse conhecimento me tornou mais humilde ou mais arrogante?
Quanto me envaideci sem que isso em nada me fosse benéfico?
Quanto na tentativa de ter razão eu barateei o debate e sacrifiquei minha paz?
Quantas lutas eu travei e quais delas eram realmente necessárias?
Quanto talvez não importe tanto.
Importa é que eu jamais deixe de me questionar.
Importa é que eu seja pesquisadora de mim.
Importa é que eu siga repensando tudo o que me compõe.
Importa é que eu me liberte da gaiola onde moram as certezas.
E assim, passado o caos dos 25, brindo as 26 voltas em torno do sol e inicio o novo ciclo pisando no escuro e contemplando as incertezas que me alcançaram até aqui.