Paranoia
Ventos gelados que sopram do vazio
E defenestram a fumaça de seus cigarros
Atraem criaturas que valsam em seus medos
Lançadas à deriva de uma noite paranoica.
Você sabe que sempre que subimos nos afastamos,
Do conforto do chão que não destroça quando colados a ele andamos
Mas não quando mergulhamos em nossa própria fossa?
Tape os ouvidos
Corra em direção ao abrigo que te consola
Deserte-se das lutas que até então batalhava
Como se importasse se há alguém que a controla;
O firmamento se esvai agora te isola
Assim como desfazemo-nos um por um
Numa poeira para os corvos que choram
Somos o que senão besteira?
Somos qualquer coisa que se salva?
Ou somente lembranças que agora se perdem?
Jogadas aos ventos que nos sopram
Fantasmas de um ciclo vicioso
Que não nos solta.