E quando a vida terminar?
O maior fato da vida é o de que ela vai acabar. Sim. Um dia todos partiremos, deixaremos nossos corpos, não faremos mais parte desse mundo, não compartilharemos mais nossas vidas com aqueles que estiveram ao nosso lado. Todos teremos que passar por essa experiência, atravessar essa linha, vencer nossos dias.
Mas e quando a vida, enfim, terminar? Terá valido a pena? Terá sido satisfatório? O arrependimento será pelo quê? Pelas coisas que viveu ou pelas coisas que deixou de viver? Nossa dor pode ser por aquilo que deixamos de viver, por sorrisos que deixamos de dar, por beijos que recusamos, por abraços que dispensamos, por sonhos que simplesmente ignoramos. Aquilo que vivemos, por pior que seja, serve para nos ensinar, para nos enriquecer, para nos tornar melhores a cada amanhecer, mas e quanto ao que não vivemos embora tivéssemos vontade? Como saberemos quais frutos teríamos colhido? Qual o sabor dessas experiências? Em quê elas agregariam às nossas vidas? É melhor se arrepender de ter vivido algo, tendo a chance de corrigir ou aprender a lição, do que morrer com a incógnita do que poderia ter sido a vida.
Não se prenda, nem se afaste da única chance que temos de fazer uma boa passagem por esse mundo. Essa chance é reforçada em cada amanhecer do sol, nos é anunciado a cada alvorecer que ainda estamos vivos, aptos ao que de melhor podemos desfrutar. Quando o sol desaparecer, quando a luz for dissipada, quando o ponto final for decretado, espero que você possa estar sorrindo por tudo o que viveu, por cada aprendizagem que adquiriu, pelas pessoas que amou, pelos capítulos que escreveu, pelos quadros que pintou. Não quero que chore pelo que poderia ter feito, não quero que parta sentindo a dor de lamentar uma vida que poderia ter sido, mas que não foi.
(Texto de @Amilton.Jnior)