Errar é humano

Faz parte da natureza humana cometer erros. Parece que não há escapatória, por mais que tentemos, por mais que lutemos, por mais que nos esforcemos uma hora ou outra fracassamos, pecamos, erramos. Aparentemente é um verdadeiro ciclo vicioso do qual não há meios efetivos para se escapar. Mas, não me conformo com isso, não aceito que a vida se limite apenas a uma mera sucessão de erros. Não faz sentido que seja apenas isso. Ela é algo a mais. Tem um sentido maior. Para mim, não há como viver sem os acertos – sem as perspectivas de sucesso – ainda que poucos e pontuais, eles podem ocorrer em nossas vivências.

Observando meu próprio passado e o de algumas outras pessoas com as quais tenho certa proximidade, parece que o acúmulo de experiências faz com que possamos errar um pouco menos ou errar diferentemente do que se fez antes, o que, de algum modo, já é um grande mérito: pular de um erro para o outro de modo incansável revela que o indivíduo está em movimento, não se contenta com a situação na qual se encontra e, consequentemente, cedo ou tarde, acabará, se não atingindo seu objetivo, ao menos chegando a uma realidade melhor. Aliás, acredito que qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, por mais difícil que seja, é melhor do que viver estagnado, sem expectativa de mudança, de futuro.

Para mim, como cristão católico que sou – ou pelo menos tento ser, pois para minha infelicidade, com certa frequência, ainda tenho a constatação de estar incrustado em mim certas práticas as quais são um pouco incompatíveis com os meus discursos, crenças e estudos – percebo que com minhas próprias forças não consigo atingir o alvo, fazer o correto. Muitas vezes, contrario minhas próprias intenções, pratico incoerências e acabo caindo em graves erros. Nesses momentos quase sempre me vem em mente o fato de que sou limitado, não consigo ver muito longe e por causa disso tendo a fracassar todas as vezes que não me entrego confiante a Deus e não deixo Ele tomar conta da minha vida. É fato, somente àquele capaz de olhar mais longe pode ter melhor sentido de orientação sobre como realmente deve ser feito e qual decisão precisa ser tomada.

Volto a repetir o título desse texto “errar é humano”, mas acertar é Sagrado. Logo, deixemos o Sagrado nos conduzir e o sucesso será garantido, porém vale lembrar que nem sempre o êxito consiste em atingir certos objetivos comumente considerados como “bom” ou “os melhores”. Talvez, mas só talvez, o verdadeiro acerto – o sucesso – seja aquela satisfação interior ao se constatar que se está no lugar certo fazendo aquilo que deveria ser feito independentemente das circunstâncias vividas.