Autorretrato (29 anos)

Ele era um ser que nem como ser se via,

E contava primavera às voltas desses dias.

Questionador de amor, de dor, e de tudo

Foi sortudo em, portanto, por tudo, se encontrar.

Soltava palpite sem pregunta,

Respondia sem questão.

Seus conselhos? Prostituta

Que não se pagava com tostão.

Não escolheu ser o que foi.

Foi porque foi o que tinha.

Pai e mãe que perdoe,

Mas se foram escolhas não foi ele quem as fazia.

Vivia jubiloso intrusivo,

Porém lutuoso sem motivo.

Tinha sim de ser assim e tudo isso

Pra pintar diariamente,

De longe, ao largo de si o seu autorretrato.

Enfim, parabém a mim.

Levi de Paula
Enviado por Levi de Paula em 18/09/2020
Código do texto: T7066243
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