A tempos em que o escritor dispara,
outros em que para.

Mas mesmo quando para,
a música dentro dele toca sem cessar.

Não é um aparelho quebrado,
mas apenas
um ser latente
naquele estado
entre o antes e
o porvir.

É uma bóia solta no espaço
das muitas cismas
que em ondas
formam um oceano de descrenças.

Não quero mais,
Não sinto mais,
Não busco mais...

Apenas me desfaço
nesse espaço
até que algo em mim floresça...

Pois mesmo no deserto,
temos o sopro da vida
esquecida
entre as dunas feridas...