Distante de mim.
Já não há mais castelos,
Sobre aquelas nuvens coloridas,
Onde os anjos com suas harpas,
Dedilhavam belas melodias.
O sol não parece mais tão brilhante,
Nem o céu tão azul.
Os passaros migraram para longe,
E nem canta mais para mim.
Já nem sei o sabor dos sonhos,
E como é o sentir-se livre de si.
Sou prisioneiro do meu próprio corpo,
Sou prisioneiro da minha própria realidade.
Meus risos escondem os prantos que me afogam,
E o brilho dos meus olhos, a escuridão que em mim habita.
Nem olho mais no espelho,
E enxergo os sonhos como em janelas.
Nem sinto mais o cheiro,
Da lembrança empoeirada.
Meus sentimentos estão presos em um baú,
Trancafiado com um poderoso cadeado.
Cuja a combinação perdi em algum momento.
Por uma pequena fresta,
Sinto pequenos suspiros de felicidade.
Mas que são tão breves e frágeis,
Que se quebram em mil pedaços.
Vazio,
Isso que sinto dentro de mim,
E ao meu redor,
E em cima...
Uma dor inesplicável.
Feridas invisíveis incuravéis,
Cuja o remédio
A medicina desconhece.
O mundo todo é uma prisão,
Quando tudo ao seu redor,
Se resume em frio, medo e solidão.
E o único alimento que o satisfaz,
E fingir que tudo que está bem,
Que amanhã será diferente,
Mesmo seu peito e alma dizendo que não.
Não queria ser fraco,
Mas é uma das sensações que sinto.
Por não saber encontrar meios de me salvar.
Sinto que a cada dia estou mais longe,
Mais longe de tudo que um dia fui,
De tudo que um dia eu almejei ser...