Fim da fila
Temos e somos uma percepção cinestésica indefinida.
Carregamos um BIG BANG interno que arrisca explodir a cada instante.
As feridas, uma tradução espontânea.
O desespero imperceptível e o abismo em meus olhos traduzem a inércia de meus dias.
As farpas circulam em nossa volta e machucam mais que facas.
Todos são gravetos solitários prontos para fazer sangrar.
A intimidade é um continente distante.
Sigo agarrada, no entanto, a mim.
E a gente, a gente só está andando nessa fila, cada dia mais próximo de se tornar apenas uma lembrança.
Na verdade mesmo, o que almejamos é estar e ser para sempre o fim da fila, mas ela não pára e não permite-nos voltar...
Somos um número da estatística e talvez o próximo a sair dela.