Fim da fila

Temos e somos uma percepção cinestésica indefinida.

Carregamos um BIG BANG interno que arrisca explodir a cada instante.

As feridas, uma tradução espontânea.

O desespero imperceptível e o abismo em meus olhos traduzem a inércia de meus dias.

As farpas circulam em nossa volta e machucam mais que facas.

Todos são gravetos solitários prontos para fazer sangrar.

A intimidade é um continente distante.

Sigo agarrada, no entanto, a mim.

E a gente, a gente só está andando nessa fila, cada dia mais próximo de se tornar apenas uma lembrança.

Na verdade mesmo, o que almejamos é estar e ser para sempre o fim da fila, mas ela não pára e não permite-nos voltar...

Somos um número da estatística e talvez o próximo a sair dela.

Eduarda Beilke Brandt
Enviado por Eduarda Beilke Brandt em 13/09/2020
Código do texto: T7061806
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