Aqui e agora.

Abri mão da "eternalização".

Não por pirraça, que fique claro.

Pra muitos pareço desapegado, frio, indiferente.

Talvez porquê o esqueleto das minhas construções, sejam meio que sem alvarás.

Sendo assim, tudo que tenho parece ser um grande terreno vazio;

Pra mim, ainda vejo as marcas no solo, onde fiz o plantio.

E esse terreno não contém cercas.

Óbvio que quase nada para ali.

Afinal, as plantas são regadas, até que percebem que seu maior valor é sua Fotossíntese, e então espalham-se em mudas por aí.

Da minha colheita abstrata, gozo do momento.

Me permito sentir, da única e intensa forma que sei.

Penso que a real ilusão,

É desejar que amanhã a colheita esteja ali.

Talvez eu me valha da desculpa:

"pra atender minhas carências vitamínicas"...

Só porque eu quero.

Passei então a não querer.

E notei que sem a expectativa, sem saber, percebi.

Talvez esses sentidos fossem ilusões.

Mas pelo menos por segurança, era só comigo.

A vida nessa roça, me ensinou bastante sobre o tempo.

E enquanto as crianças da cidade grande se sufocam com seus acúmulos.

Eu respiro cuidando e trocando com a natureza.

Pois no fim, suspeito ser tudo vaidade.

E estar consciente disso, possa me fazer parecer louco.

Gabriel MyFool...

Yuri Izidio
Enviado por Yuri Izidio em 10/09/2020
Reeditado em 29/10/2022
Código do texto: T7059328
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