Aqui e agora.
Abri mão da "eternalização".
Não por pirraça, que fique claro.
Pra muitos pareço desapegado, frio, indiferente.
Talvez porquê o esqueleto das minhas construções, sejam meio que sem alvarás.
Sendo assim, tudo que tenho parece ser um grande terreno vazio;
Pra mim, ainda vejo as marcas no solo, onde fiz o plantio.
E esse terreno não contém cercas.
Óbvio que quase nada para ali.
Afinal, as plantas são regadas, até que percebem que seu maior valor é sua Fotossíntese, e então espalham-se em mudas por aí.
Da minha colheita abstrata, gozo do momento.
Me permito sentir, da única e intensa forma que sei.
Penso que a real ilusão,
É desejar que amanhã a colheita esteja ali.
Talvez eu me valha da desculpa:
"pra atender minhas carências vitamínicas"...
Só porque eu quero.
Passei então a não querer.
E notei que sem a expectativa, sem saber, percebi.
Talvez esses sentidos fossem ilusões.
Mas pelo menos por segurança, era só comigo.
A vida nessa roça, me ensinou bastante sobre o tempo.
E enquanto as crianças da cidade grande se sufocam com seus acúmulos.
Eu respiro cuidando e trocando com a natureza.
Pois no fim, suspeito ser tudo vaidade.
E estar consciente disso, possa me fazer parecer louco.
Gabriel MyFool...