Maia
Tempero tem nome de Maio; nem frio, nem calor. Comedido, sensato, A festa dos insetos. O sol não queima as asas das borboletas.
Em Maio, Meu Amor nasceu.
Maio tem gosto de surpresa; a alma ondeia na cama gostosa do vento fresco. O coração é um recôndito reverberado em menta; feliz, leve, com explosões de felicidades clandestinas.
Maio girou, girou e girou: a surpresa da minha vida chegou.
Setembro, adeus ao frio, adeus ao vento. Sem gostos, em Agosto, o mês agridoce.
Setembro o sol nada na rua. Nada na sua própria água que banha.
Em setembro, meus ossos se alegram, em setembro, o sono se esvai. Ouço os sinos de setembro, e a alma pula, na piscina dos sonhos que ainda não vivi.
Moro em Pasargada, aqui é Maio e Setembro todos os dias.
Quero ir para os Céus; Paraíso será Maio e Setembro na Eternidade.
Meu Amor é jardineiro; ressussitado, come doces florais com as crianças, pega na rabiola do arco-íris e solta; cai no poço fundo das nuvens.
Marshmallows azuis há em minha boca; e de tanto contemplar folgo, Corintiana:
Tudo cri, tudo suportei, tudo esperei.