Barco

Eu preciso de ajuda, meu corpo grita,

Implora pra ser ouvido. Ele não está bem

Minha cabeça não está bem

E não tenho onde conseguir forças se não em mim mesma.

Sempre me trataram como uma aberração, sempre fui a errada

Nada é o suficiente, e eu preciso ser suficiente

E meu corpo padece, ele pede ajuda, minha cabeça ignora

Meu coração bate lento, sinto que não aguenta muito mais disso.

Quem eu fiz de porto seguro esta com o cais mais quebrado que o meu

Então eu sigo remando esse barco que é minha vida, remo com uma colher

Não chegarei a lugar nenhum, uma hora meu corpo vai realmente padecer, mas nesse barco eu vou admirando a vista

O mar da vida é passageiro, e ele me engole

Tsunami de pensamentos ruins me destroem

Olho pra baixo e meu barco está furado, lembro que o furo era bem pequeno, quase imperceptível, e eu segui ignorando

Agora o furo é bem maior, e provavelmente vou naufragar.

Mas olho a vista e ela é bela

Olho pro meu porto seguro e ele esta tão distante

Um vendaval passou por ele sem que déssemos conta,

com meu barco furado, ainda tentei remar para alcança-lo, talvez quem sabe ele também caiba aqui

Ingênua eu, não comporta nem a mim mesma...

E se comportasse, naufragariamos os dois

Cíntia Matias
Enviado por Cíntia Matias em 05/09/2020
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