QUEM É O ATEU
QUEM É O ATEU?
Posso me arriscar em dar uma definição simplória de quem se define como sendo um “ateu”: um inconformado cuja razão não tem sido o suficiente em responder o que na sua ignorância insiste em ser a razão de suas contestações sustentadas pelo nada. Posso citar um ateu autêntico, que na sua inconformidade buscou explicação para sua ignorância existencial: C.S. Lewis. Ele pode compreender que uma criatura não tem como negar sua origem no Criador, cuja reconciliação está posta através do Filho (Cristo). Para o ex-presidente FHC é muito difícil responder a existência de Deus (declaração que faz no seu livro: A Soma e o Resto). Outro ateu declarado, Luiz Felipe Pondé: “o homem é fruto do acaso, no final de tudo, o homem e o mundo terão um fim”.
Quando escrevemos o livro “Criador e Criatura”, tivemos o cuidado em examinar os pensamentos Filosóficos e Teológicos, para que ao final pudéssemos alcançar alguma resposta quanto essa dualidade: Criador e Criatura. Existem muitos fatos que nos identificam como humanos – sentimentos, alegria, vontade, criatividade, inteligência e outros que fazem refletir a imagem do Criador. O que nos levar a crer que não somos obra do acaso, mas sim, dentro de uma vontade superior e divino – logo, Deus. Ademais, a nossa inteligência nos leva a transcender nesse propósito do Criador: Ele não Nos teria criado desta forma pelo simples fato de nos criar, mas dentro de um propósito eterno, o que justifica o valor extraordinário dessa espécie única – humano – senhor entremeio a criação, embora com propósitos limitados pela vontade do Criador. Ele é quem governa sobre todas as coisas. Por tudo isso, é muito difícil para quem insiste em dizer ser ateu e fugir agarrado nas suas incógnitas.
A Religião é a forma em que o ser humano procura responder ao seu Criador sobre a sua existência temporal, visando alcançar a eternidade propósito para o qual fora criado. A razão é útil à religião na medida em que indica que uma compreensão do mundo leva à ideia de uma causa divina única. Deste modo, em nada é prejudicado ao homem quando é livre para fazer as perguntas. Todavia, não me parece ser inteligente fugir da compreensão de suas limitações, o que somente pode ser compreendida à luz da revelação, que pela fé é alcançada, o que apenas os Testamentos Bíblicos sustentam incontestavelmente – a Bíblia é inerrante naquilo que ela revela – esta pode ser a primeira forma em que Deus se revela; a segunda é a própria natureza, o que para o salmista não seria uma dificuldade em crer: “Os céus declaram a glória de Deus, o firmamento proclama a obra das suas mãos.”(Sl.19); a terceira forma de revelação é aquela que é inerente a todo ser humano, o que somente se responde individualmente – eu não posso dizer desta relação sua com Deus. Contudo, isso quer dizer que a responsabilidade de uma resposta individual tem o peso de reconciliação com Deus ou, a condenação prescrita na Sua Palavra, porquanto não creu.
O Deus do judaísmo é um Deus pessoal que se preocupa com os homens; próximos a Ele, os homens sentem a maior felicidade, e dele afastados, a maior desventura. A profecia não é uma realização da faculdade intelectiva: é uma dádiva divina, que instruiu Israel nos atos sagrados que produzem na alma efeitos que nenhuma teoria racional pode explicar. Acostumamos cognominar de “a Israel” de Deus toda a unidade cristã que a Ele cultua e faz prevalecer a Igreja como agência do Reino de Deus na Terra.
A capacidade profética foi passada de Abraão a Isaac, deste a Jacó, e de Jacó ao povo de Deus, único povo da história no qual floresceu a profecia. Finalmente, me parece que o ateu pode estar preso a ânsia de estabelecer uma ordem cronológica, na tentativa de preencher os vazios deixados na própria história humana. E quando se aproxima da revelação bíblica até nós nesses dias, parece estar muito próxima de nós, quando nos encontramos à beira do caos pelo distanciamento de Deus. Não assiste nenhuma razão ao ateu.