Números
Um dia, dois de setembro de dois mil e vinte, ensinei minha filha escrever os números.
Sim, “os” números. Estão em todos os lugares e línguas, literalmente.
Não são muitos, eu sei! Porém, com eles se chega ao infinito (dizem!).
Anotei esses números para não esquecer desse dia.
Tenho medo que minha memória falhe no futuro. Por isso, no presente, apego-me ao passado para sustentar o futuro.
Nesse dia, vi a alegria no seu rosto.
Escrever é abrir portas infinitas, sem números.
Contudo, não foi fácil! Treinamos muito.
Às vezes, seguir é mais difícil do que parar. Sim, erramos, mas devagar dez números podem mudar uma vida.
No final, peguei o nosso troféu e emoldurei na geladeira. Ela é a galeria de troféus. Guardo todos com carinho.
Agora, ela poderá somar amizades, dividir momentos, multiplicar sorrisos e subtrair tristezas. Conversar sobre tudo e divagar sobre o nada. Tudo e nada ensinam a viver.