Em que momento deixaste de me amar?
A tua ausência paira sobre cada pedaço desse chão, deixando um gosto amargo em minha boca e calafrios por toda a minha pele. É a única coisa quase palpável que restou de ti, além do teu vinho barato, esquecido em um canto qualquer da cozinha. E, pela milésima vez, eu penso em te ligar. Coloquei aquela música do Rubel que a gente tanto gosta pra tocar.
Será que a gente volta a namorar depois?
Será que eu consigo te fazer entender que ainda quero te entregar todos beijos que eu não te dei?
Eu sinto tanto a tua falta. Sinto falta dos teus pensamentos vagos e das tuas risadas nervosas ao esquecer algo importante — não desiste de mim, ando com a cabeça nas nuvens.
Como eu poderia desistir?
Eu que aprendi a amar a tua desordem. Eu que aprendi a decorar cada verso do teu corpo. Eu que aprendi a enxergar, através dos teus olhos castanhos, a imensidão cósmica da tua alma.
Eu que pergunto: em que momento deixaste de enxergar também?
Em que momento deixaste de me amar?