O hábito faz ou não faz o monge?
"O hábito faz o monge". Originalmente este dito popular era "o hábito não faz o monge", significando que não devemos julgar as pessoas pela sua aparência, ou seja, que a pessoa que veste um hábito de monge, não necessariamente se torna monge. A palavra hábito, neste caso, significa veste ou traje.
O fato é que os hábitos, e aqui uso o termo em um sentido mais amplo, incluindo não só a vestimenta, mas também os usos e costumes, acabam de tal forma se incorporando a quem os utiliza, que terminam por moldar a sua personalidade. Ou seja, ao invés do preceito moral atrás da afirmação "o hábito não faz o monge", temos uma realidade prática mostrando que, na verdade, "o hábito faz o monge" . O que seria do padre sem a batina, o que sobraria da autoridade de um juiz sem a toga, o que seria do médico sem o estetoscópio, isto para não falar de almirantes, brigadeiros e generais. Se eu visto cores alegres eu o faço não só por uma questão de temperamento, como também é provável que isto influencie e molde o meu temperamento. Causas e efeitos trocam dialeticamente de posição; o que era causa vira efeito e vice-versa. Se alguém porta uma arma pode ser que o faça por dever do ofício, mas, não há a menor sombra de dúvida, que o trabuco há de deixar marca nas suas atitudes e no seu comportamento.