O HEDONISMO UTILITÁRIO
A mente é uma fábrica de constatações e de expectativas, referentes a eventos que nos agradam, que se traduzem no prazer, e também a eventos que nos desagradam, que vêm a ser o desprazer. A saciedade do prazer e a repulsa ao desprazer não podem ser permanentes ou definitivas, pois ambas as circunstâncias são móveis e oscilantes, repetindo-se ou se modificando, amenizando-se, ou se intensificando, aparecendo e desaparecendo, uma infinita ciranda de intermitências ou alternâncias, que nos acompanham até o fim, entronizadas na dança das nossas convicções.
O hedonismo afirma que o prazer é o bem supremo da vida humana, mas podemos atribuir-lhe o utilitarismo, adotando o “hedonismo moderno” de John Stuart Mill, por onde o prazer deve ter natureza coletiva, buscando a felicidade do grupo, como o objetivo próprio da moral. Na nossa individualidade, está a capacidade de administrarmos os nossos prazeres, e também os desprazeres, porém, devemos estar atentos aos seus reflexos externos...
Em uma avaliação pessoal, o maior desprazer é contemplar a permanente miséria ética e moral da humanidade como um todo, e o maior de todos os prazeres, é o raríssimo êxtase espiritual, a performance da suficiência plena, e oxalá esse êxtase fosse coletivo, como ocorreu excepcionalmente no Pentecostes, o exuberante marco da chegada do Homo Sapiens, substituindo em definitivo o Homo Habilis, e ocupando o último degrau da escada evolutiva, cujo topo é exclusivo para o Homo Sapiens, caracterizado apenas na terça parte da humanidade, única e exclusivamente pela via espiritual.
Zacarias 13:8,9 – E acontecerá em toda a terra, diz o Senhor, que as duas partes dela serão extirpadas, e expirarão, mas a terceira parte restará nela. E farei passar esta terceira parte pelo fogo, e a purificarei, como se purifica a prata, e a provarei, como se prova o ouro. Ela invocará o meu nome, e eu a ouvirei; direi: É meu povo; e ela dirá: O Senhor é o meu Deus.