A Inspiração...

Por Nemilson Vieira (*)

Faz tempo que não faço uma poesia, um poema, um verso sequer; por mais que tento. Quis desistir. Pensei que a minha inspiração havia acabado.

Fora um engano. Apenas deu um tempo a mim e a ela. Caminhou para outras bandas. Como a dizer não ser exclusividade a alguém, propriedade particular, desse ou daquele.

Um bem de uso comum, que vem e vai…

Numa alternância frenética semelhante às ondas do mar…

Não descansa no desejo e no domínio da mente humana, vaidosa, insana às vezes.

Se mantém livre dos meus caprichos; vontades.

O seu paradeiro é inserto…

Se assim for, que culpa tenho eu num dado instante, achar-me tão incapaz e vazio? Nenhuma.

Nem posso culpa-la por não atender os meus anseios e vaidades. — Ao parecer tão, arredia.

A sua missão de inspirar é muito nobre! Tem pressa em assistir outras mentes desejosas a pensar, brilhar.

É plenamente justificável o não poder ater-se a um ser pensante no seu querer.

Sem uma assistência, um estímulo da inspiração seria impossível um assertivo pensar, dizer.

A inspiração se comporta como um colibri que prova o néctar, poliniza a flor e retorna ao seu lidar.

Como um mar bravio que, pós-agitação, acalma-se; se recolhe no seu silêncio, no tempo certo.

Não mais me preocupa senão vier-me, suporto a sua saudade.

Se ainda a sua falta faz-me bem. Por que lamentar, entristecer, deixar de dizer?

*Nemilson vieira

Acadêmico Literário