Não estar

Tem dias que quero deixar, que não desejo entrar em mim.

Eu quero me escorar, me ancorar, me achar em mim

Tem dias que há uma mesa, com muitos alimentos a se fartar

Tem dias que há medo, e a certeza de ninguém se importar

Somos dano, nos danificamos

Somos máquinas, a trabalhar

Somos corpos, humanos

Mas parecemos não estar

É a mecânica da vida

A flor que parece não desabrochar

São os caminhos frios

E o nunca despertar.

Mulher Anônima
Enviado por Mulher Anônima em 28/08/2020
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