Um texto sobre queda
A boca abocanha a obtenção do que não lhe fora concedido. Dentadas viscerais mordem para conhecer o desconhecido, mas iniciam ali da queda o caminho.
Mastiga, mastiga para ser mais que criação, mal sabe que mastiga para sua própria condenação.
Mordidas dão à luz a total depravação. Um perfume fétido impregna as flores, a dor engole o corpo, a impureza suja os amores, a iniquiidade aprisiona o desejo.
Caídos, em um mundo decaido, fruto da insurreição.
Será que ainda há beleza em meio a podridão? Sim, há. Não por causa da criação, mas pelo Criador.
Se ainda há qualquer resquício de bondade e beleza, isso se dá pela graça amorosa do misericordioso Criador, que se revela minimamente em detalhes belos que apontam para Sua existência.
A revelação convida para a transformação.
No Edem a queda depravou da criação, a cruz cobriu o homem de redenção.